Os avanços do ImPrEP em 2019


Brasil

Edição 5, Dezembro de 2020
Mais um encontro estratégico e produtivo do estudo. Assim pode ser resumida a Reunião Anual do Consórcio ImPrEP, ocorrida de forma virtual em 18 de novembro passado, que contou com a participação de cerca de 50 especialistas envolvidos no projeto. Entre eles, a pesquisadora principal do ImPrEP, Valdiléa Veloso, os pesquisadores principais no Peru e México, Carlos Caceres e Hamid Vega, respectivamente, a program officer da Unitaid (agência financiadora do estudo), Heather Ingold, além de representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Ministério da Saúde brasileiro, além de integrantes das equipes dos três países que integram o consórcio. Nesta edição do Conexão ImPrEP, um resumo dos avanços realizados, bem como o que está previsto para o futuro próximo.

Reunião do Consórcio ImPrEP 2020: realizações e perspectivas


Panorama geral do estudo e projetos em andamento
A pesquisadora principal do ImPrEP, Valdiléa Veloso, iniciou a reunião lembrando que, no planejamento inicial, a meta era alcançar 7.500 participantesno Brasil, Peru e México, e que atualmente o estudo já contabiliza 8.400. Desse total, cerca de 6% são de pessoas trans.
Em relação às infecções sexualmente transmissíveis (IST), dados recentes apontam 9,1% de sífilis, 9,2% de gonorreia e 11,9% de clamídia.Fazendo um recorte para mulheres trans,a sífilis sobe para 16,8%, a gonorreia para quase 15% e a clamídia para cerca de 17%, percentuais considerados elevados. Os jovens de 18 a 24 anos apresentam prevalência dessas três IST mais alta que os demais participantes do estudo. Leia mais

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Um retrato do estudo no Peru
Carlos Caceres, pesquisador principal do ImPrEP no Peru, iniciou informando que o estudo no país já inscreveu mais de 2 mil participantes, com novas inscrições acontecendo a partir de setembro passado, quando também começou a oferta do esquema PrEP 2+1+1, cujo interesse permanece muito baixo. Ressaltou que a população do estudo no país é jovem e tem uma proporção importante de mulheres trans. Em termos de educação, 2/3 possuem além do ensino médio. Em relação à identidade sexual, a maioria é de HSH.
No país, o projeto trabalha com o público de clínicas de IST, havendo uma grande quantidade de profissionais do sexo. Pouco mais da metade dos inscritos veio ativamente em busca da PrEP, menos da metade para realizar o teste de HIV, quando lhes foi oferecida a profilaxia, o que pode explicar o alto índice de pessoas que descontinuam o seu uso. Desde que foi realizado um trabalho de comunicação, o número de pessoas que vêm por outros motivos que não seja a PrEP tem diminuído. Leia mais


Um retrato do estudo no Brasil
A coordenadora clínica do ImPrEP Brasil, Brenda Hoagland, apresentou os dados sociodemográficos mais recentes acerca do projeto no país. A idade média é de 29 anos com grau de educação igual ou superior ao nível médio, mais da metade não branca, com cerca de 5% de mulheres trans. A maioria visitou as unidades de saúde em busca da PrEP e quase 100% têm função renal normal. Em termos comportamentais, o número médio de parceiros sexuais é de cinco, com a maioria relatando relação sexual anal sem preservativo. Quanto às IST, na inscrição, a prevalência para sífilis foi de 11%, 6% para gonorreia e 10% para clamídia. A continuidade no uso da PrEP é considerada alta, com a taxa de posse de posse de medicamento de quase 100%. A taxa de incidência de HIV é praticamente inexistente.
Em seguida, apresentou os dados preliminares do subestudo “Autoteste de HIV” no Brasil, já concluído. Realizado em dois centros de estudo ImPrEP (Fiocruz e Niterói), foram abordados 571 participantes. Um total de 144 indivíduos foi recrutado: 63 do grupo de intervenção e 81 do grupo de controle. No grupo de intervenção, havia nove indivíduos vivendo com HIV e no grupo de controle, seis. Leia mais



Um retrato do estudo no México
O co-pesquisador principal do ImPrEP no México, Sergio Bautista-Arredondo, traçou um panorama geral atualizado do estudo no país: 2.785 participantes, dos quais 97% são HSH, ressaltando os esforços para engajar um número maior de mulheres trans. A média de idade é de 32 anos, com 57% recrutados pela clínica pública de saúde Condesa e 43% pelas organizações não-governamentais.
Quase 50% dos participantes relatam o uso de preservativo em mais da metade das relações sexuais nos últimos seis meses. Em termos de comportamento de risco, o perfil dos participantes é de risco mais elevado que a média no país. Quanto ao uso de drogas nos últimos seis meses, no momento do recrutamento, 46% admitiam a utilização de maconha, com 31% informando não usar drogas. Leia mais

Pesquisas a artigos em destaque
Coube ao pesquisador do ImPrEP Brasil, Thiago Torres, fazer um resumo das principais análises já realizadas, muitas delas resultando na publicação de artigos em renomados periódicos brasileiros e internacionais da área de saúde. Leia mais

Debates e encaminhamentos
A reunião contou com a troca profícua de idéias e informações, traçando um painel interessante do presente e do futuro da PrEP no Brasil e no mundo, bem como do estudo ImPrEP. Leia mais