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Um retrato do estudo no Brasil

Brenda abordou a implementação pelo ImPrEPda PrEP 2+1+1, com os participantes recebendo informações sobre o esquema a cada visita. De 23 de setembro, quando foi iniciada a oferta, até 17 de novembro de 2020, mais de 700 participantes foram abordados, com a maioria preferindo manter a PrEP diária. Entre as barreiras para uma implementação mais ampla no Brasil estão a baixa disseminação do conhecimento da profilaxia entre as populações de alto risco para HIV, o acesso restrito às populações mais vulneráveis e o baixo conhecimento sobre PrEP entre os profissionais de saúde, entre outras questões.

Em relação aos impactos causados pela pandemia de Covid-19 no ImPrEP, a principal ação foi garantir a oferta da profilaxia. Foram feitas as seguintes recomendações a todos os centros de estudo no Brasil: triagem para os sintomas do novo coronavírus na véspera e no dia da visita, avaliação clínica e prescrição realizadas por telefone (e por fotografia), ampliação da entrega da medicação de 90 para 120 dias e distribuição de autoteste de HIV.Com toda a experiência adquirida e bem-sucedida de procedimentos da telemedicina, o ImPrEP publicou  três trabalhos a respeito, com destaque para o artigo veiculado no Brazilian Journal of Infectious Diseases, em maio de 2020 (https://doi.org/10.1016/j.bjid.2020.05.004).

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Análise econômica e stakeholders

A seguir, a palavra foi dada à pesquisadora Paula Luz, que abordou o subestudo que vem sendo conduzido “Atualização na Análise Econômica”, que trata do impacto da transmissão da adoção da PrEP entre gays/outros homens que fazem sexo com homens e bissexuais em centros urbanos no Brasil.O objetivo é estimar o impacto clínico da profilaxia em termos do número de infecções evitadas e redução percentual da incidência: assumindo cenários realistas de captação da PrEP oral (captação gradual), em diferentes prazos no futuro (5 a 10 anos), incluindo impacto nas transmissões secundárias.

Os resultados preliminares apontam que a intervenção de PrEP alcançando 10% de captação entre HSH/bissexuais em 60 meses poderia evitar cerca de 130 infecções em Salvador, 120 em Manaus e 50 no Rio de Janeiro. Uma intervenção alcançando 60% de captação em 24 meses evitaria aproximadamente 10 vezes mais infecções.Entre as conclusões iniciais, o aumento da captação de PrEP no Brasil diminuiria substancialmente a transmissão do HIV nos próximos 5 a 10 anos. Essa captação precisaria ser extremamente alta para atingir uma meta de redução de incidência de 75% em cinco anos. A conclusão do estudo está prevista para o fim de dezembro próximo.

Após a explanação de Paula, foi a vez da representante do Ministério da Saúde do Brasil e coordenadora do ImPrEP, Cristina Pimenta, falar sobre o subestudo já realizado com stakeholders da PrEP no país (informações em http://imprep.org/2019/09/30/avaliacao-qualitativa-da-implementacao-da-prep-no-brasil-imprep-stakeholders/). O trabalho visou explorar percepções e preocupações associadas à política da profilaxia e seu programa de implementação nos serviços públicos de saúde entre gestores de programas e profissionais de saúde, usuários (HSH e mulheres trans) e líderes da sociedade civil em cidades selecionadas.

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Foram realizadas 71 entrevistas em seis capitais que estão implementando o ImPrEP – Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Manaus, Recife e mais três cidades nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Entre as principais barreiras relatadas estão: o acesso da maioria das populações vulneráveis está relacionado aos contextos de vida dos usuários (horário de trabalho, distância o serviço) e às deficiências das unidades de saúde. Também foram identificadas barreiras estruturais, como pobreza, racismo, discriminação contra gênero e identidades sexuais, e criminalização do trabalho sexual, dificultando principalmente o acesso à PrEP por parte de HSH e mulheres trans.

Os aspectos facilitadores incluem o fornecimento da profilaxia e informações de prevenção por meio de materiais informativos, aplicativos direcionados, mobilização da comunidade e educadores de pares, considerados essenciais para o acesso e retenção eficazes para testes de HIV e ofertas de PrEP. Atitudes livres de estigma de profissionais de saúde e serviços amigáveis também são essenciais para ambientes propícios à sua implementação.

 

Cristina também apresentou informações sobre o subestudo econômico do ImPrEP Brasil, desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Economia da UFRJ “A cadeia de valores do cabotegravir injetável como PrEP no SUS”, em parceria com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde . Trata-se de metodologia de estudo que identifica atores, atividades e materiais necessários à sua incorporação/integração e implementação. Nesse sentido, o trabalho irá mapear processos e etapas de fabricação, distribuição e dispensação, avaliar o papel dos atores nas diferentes etapas e atividades, mapear e caracterizar procedimentos, serviços, suprimentos, materiais e equipamentos necessários, além de estimar os custos de cada etapa/atividade – mão de obra, insumos, serviços – e criar três cenários para demanda potencial. 

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