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Pesquisas a artigos em destaque

A primeira pesquisa citada foi a conduzida de forma on-line nos três países em 2018, que incluiu homens cis maiores de 18 anos. Os instrumentos foram compostos por questões sociodemográficas, teste de HIV, percepção de risco,comportamento sexual, infecções sexualmente transmissíveis, uso de substâncias, profilaxia pós-exposição (conhecimento e uso prévio), PrEP (conhecimento, vontade, barreiras e facilitadores) e autoteste de HIV (conhecimento, vontade e barreiras). As estratégias de recrutamento usaram Grindr e Hornet, aplicativos para encontros sexuais entre HSH e outras populações LGBTQI+, e Facebook. No total, foram mais de 43 mil HSH acessando a pesquisa e quase 20 mil a completando, sendo 58% no Brasil, 31% no México e 11% no Peru.

Os primeiros resultados foram publicados em junho de 2019 em JMIR Public Health and Surveillance com o artigo “Fatores associados à vontade de usar PrEP no Brasil, México e Peru: pesquisa baseada na internet entre HSH”(https://publichealth.jmir.org/2019/2/e13771/). O que se pode notar é que a vontade de usar era relativamente alta em 2018 (64%), um pouco diferente em cada país. Um dos principais fatores associados a essa vontade foi o conhecimento sobre a profilaxia (fortemente associada). Negativamente, as barreiras comportamentais, como a preocupação com o esquema diário, e as barreiras de crenças, como o fato de os parceiros sexuais poderem esperar sexo sem preservativo.

Na Conferência Anual sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI) 2019, foram apresentadas três análises oriundas da pesquisa on-line: A primeira, “Associação de maior risco e conhecimento da PrEP entre HSH no Brasil, México e Peru”, constatou que o conhecimento varia entre países, sendo mais elevado no Brasil (69%) e mais baixo no Peru (47%) e aqueles com maior risco de HIV, maior grau de escolaridade, maior rendimento e com uso de substâncias nos seis meses anteriores têm maior conhecimento acerca da PrEP.

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A segunda análise “Barreiras relativas à PrEP entre HSH no Brasil, México e Peru” apontou que os entraves relativos a informações eram elevadas nos três países, e as barreiras comportamentais mais baixas.A terceira, “Vontade de usar o autoteste de HIV entre HSH do Brasil, México e Peru”, observou que o conhecimento e a vontade de usar o autoteste foram bem mais baixos se comparados com os níveis da PrEP, sendo mais elevadas no Brasil, se comparado com México e Peru. E também que pessoas com maior escolaridade, maior renda e com vontade de usar a PrEP tinham maiores chances de querer utilizar o autoteste de HIV(informações sobre as análises na aba Estudos e Pesquisas no site www.imprep.org).

Ainda em 2019, na 10ª edição da IAS Science (International Aids Society), o ImPrEP realizou um simpósio satélite, bem como apresentou diversos pôsteres. Entre eles, “Características de HSH mais jovens e associação de idade com consciência e disposição de PrEP no Brasil, México e Peru”, que  revelou uma inclusão maior no Peru (41%), depois no México (30%) e depois no Brasil (28%). Observou-se que esses jovens de 18 a 24 anos têm mais baixa frequência em testagem de HIV, mais baixa percepção de risco de HIV, mais elevados relatos de sexo anal receptivo sem preservativo e mais baixo conhecimento acerca da PrEP em comparação com HSH mais velhos.Outro trabalho apresentado foi “Fatores associados ao risco percebido e ao risco atual de HIV entre HSH no Brasil, México e Peru”, que mostrou que cerca de 50% estavam em risco de contrair HIV, mas apenas 10% deles tinham percepção do alto risco (informações em https://imprepconexao.wixsite.com/website-2).

Para a CROI 2020, foi apresentada a análise “Disparidades socioeconômicas associadas ao HIV entre jovens HSH na América Latina”, com 7.055 pessoas respondendo a questões sobre o teste de HIV. Na amostragem, a prevalência de HIV foi de 7% no Brasil, 8% no México e 15% no Peru, notando-se que as disparidades estavam associadas às chances mais elevadas de prevalência autorrelatada de HIV 

(informações em https://imprepemrede.wixsite.com/emrede8).

Na 23ª edição da Conferência Internacional de Aids, promovida pela IAS, de forma virtual em 2020, além do simpósio organizado pelo ImPrEP, destaque para o pôster “HSH de alto risco de contrair HIV da América Latina preferem PrEP de ação prolongada”, que comparou três esquemas da profilaxia: injetável, oral de uso diário e 2+1+1, constatando que, de forma geral, a PrEP injetável é preferida pelos HSH na região (42%), seguida pela de uso diário (35%) e pela 2+1+1 (23%) (informações em https://imprepemrede.wixsite.com/emrede9).

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Outros estudos em andamento e por vir

Vale ressaltar que, no Brasil, foram feitas duas análises usando parte dos dados coletados nas pesquisas on-line (2016-2018) e em duas outras pesquisas (2016-2017), com amostragem de cerca de 16mil HSH. Em “Quão heterogêneos são HSH nas cidades brasileiras? Uma análise do comportamento sexual e risco percebido e uma descrição das tendências de consciência e vontade de usar PrEP” foi explorada a diferença entre HSH em cada cidade, incluindo as diferenças de comportamento sexual e percepção de risco. Tornou-se artigo publicado na BMC Infections Diseases em dezembro de 2019 (https://bmcinfectdis.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12879-019-4704-x). A segunda análise foi “Comportamento sexual de alto risco, consumo excessivo de álcool e uso de estimulantes são experiências-chave no caminho para a percepção de alto risco de HIV entre HSH no Brasil”, publicada em Aids Behavior, em setembro de 2020 (https://doi.org/10.1007/s10461-020-03035-5).

 

Outras duas publicações realizadas no Brasil também merecem citação. “Impacto da pandemia de Covid-19 nas populações de minorias sexuais no Brasil: uma análise das disparidades sociais/raciais na manutenção do distanciamento social e uma descrição do comportamento sexual” (http://imprep.org/2020/08/12/comportamento-sexual-e-uso-de-prep-entre-minorias-sexuais-durante-a-pandemia-da-covid-19-no-brasil/) e “Telemedicina como ferramenta para aplicação de PrEP durante a pandemia de Covid-19 em um grande serviço de prevenção de HIV no Rio de Janeiro”, essa última sendo publicada em maio de 2020 no Brazilian Journal of Infectious Diseases, da Sociedade Brasileira de Infectologia (https://doi.org/10.1016/j.bjid.2020.05.004).

Está prevista a realização de uma nova pesquisa on-line, em meados de janeiro de 2021, para ver se a vontade de usar a PrEP oral diária aumentou e, também, para verificar o conhecimento e as preferências por outras tecnologias da profilaxia entre HSH e mulheres trans e outros gêneros a serem incluídos no inquérito.

 

Thiago também mencionou o “Estudo de escolhas discretas para diferentes apresentações de PrEP”, que aborda a definição do peso relativo de cada opção disponível sob o ponto de vista do usuário para a tomada de decisão, levando-se em consideração as preferências dos indivíduos frente às opções da profilaxia disponíveis atualmente ou que possam estar acessíveis em futuro próximo (informações em https://imprepemrede.wixsite.com/emrede11). Até o momento, o estudo já incluiu mais de 980 participantes em cinco unidades de saúde brasileiras. 

Em seguida, Hamid Vega, pesquisador principal do ImPrEP no México, apresentou a “Pesquisa sobre PrEP entre profissionais de saúde: resultados preliminares”. O objetivo é avaliar a consciência e a vontade de prescrever a profilaxia entre médicos no Brasil, México e Peru. Até o momento, só há dados do Brasil e do México, com 339 respondentes brasileiros e 133 mexicanos. A idade média dos médicos no Brasil é de 43 e no México de 28, e em ambos os países a maioria possui algum tipo de especialização (pós-graduação) e trabalha nas esferas pública e privada.

As primeiras conclusões levam a crer que o conhecimento sobre PrEP e PEP (profilaxia pós-exposição)é alto e bastante semelhante entre os médicos dos dois países. A diferença está no conhecimento sobre prevenção combinada, em que o percentual no Brasil foi mais elevado que no México. Entre as barreiras apontadas pelos médicos para prescreverem a PrEP, estão usuários com baixo conhecimento sobre a profilaxia, capacidade limitada de adesão à profilaxia e parte do médicos não concorda em prescrevê-la. 

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