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A arte como poderosa ferramenta para construir uma rede de apoio confiável para a comunidade de travestis e mulheres trans: o projeto Transcrições

No espaço comunitário Global Village, as integrantes do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz/RJ (INI/Fiocruz), Laylla Monteiro e Bruna Grinsztejn apresentaram a oficina “Tecendo afetos: criando um círculo de resiliência e empatia na comunidade de mulheres trans por meio das oficinas de arte Transcrições”, desenvolvida na instituição.

As evidências mostram que travestis e mulheres trans são as mais afetadas pelo HIV no mundo. Além disso,a transfobia está associada a maiores taxas de isolamento social, maior risco de aquisição de HIV e acesso prejudicado a serviços de tratamento e prevenção. Em 2015, o projeto Transcrições foi projetado para construir pontes e promover relacionamentos com essa comunidade por meio de atividades relacionadas à arte. A iniciativa foi concebida como uma etapa de preparação para o estabelecimento de um centro de referência trans para assistência e pesquisa em saúde na Fiocruz no Brasil.

 

O desenvolvimento das oficinas de arte Transcrições foi inspirado na Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire, nas proposições terapêuticas da artista Lygia Clark e na teoria da Estética Relacional. Realizados mensalmente, essas oficinas têm como objetivo melhorar a consciência corporal, enfatizar a escuta ativa e a conscientização em grupo, assim como aumentar a confiança e a empatia entre as participantes por meio de uma troca de experiências e aspirações pessoais. São organizadas visitas a museus e peças teatrais para incentivar a participação de travestis e mulheres trans em instalações culturais. No total, 310 já estiveram presentes em 52 reuniões, palestras e passeios, com frequência média de 35 participantes.

 

As oficinas do Transcrições são descritas como fortalecedoras por muitas de suas integrantes do Rio de Janeiro, ratificando que o uso da arte é uma ferramenta poderosa para promover a auto-estima, incentivar interações sociais, formar novas amizades e inspirar resiliência. Uma avaliação qualitativa, realizada com 33 dessas travestis e mulheres trans, apontou que 72% descreveram o projeto como essencial para aumentar a autoconfiança e o sentimento de pertencimento e 33% relataram a importância no sentido da recuperação do isolamento social e do combate à depressão.

 

Nos últimos quatro anos, com esse aumento do envolvimento da comunidade trans, a Fiocruz/RJ conseguiu recrutar e reter com sucesso essa população em seus ensaios clínicos de prevenção ao HIV. A presença das participantes do projeto nas dependências do INI é extremamente positiva para a instituição, oferecendo a oportunidade de abraçar um público mais diversificado e também desenvolver estudos científicos de ponta que beneficiem a comunidade trans.

 

Entre as próximas etapas, estão previstas a expansão do projeto, com a promoção de oficinas em bairros menos favorecidos do Rio de Janeiro e a criação de parcerias com outros agentes e instituições culturais.

 

Veja abaixo o vídeo exibido na conferência. 

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