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Infecção aguda pelo HIV entre pessoas que iniciaram a PrEP: a experiência do ImPrEP no contexto da prevenção combinada no Brasil, Peru e México

 O médico peruano do projeto ImPrEP Juan Vicente Guanira debruçou-se sobre o tema na seção “Interromper a transmissão usando novas ferramentas de teste”, apresentando os resultados de estudo realizado de janeiro a dezembro de 2018, com 3.433 pessoas. Começo a explanação lembrando que a PrEP é recomendada como parte da prevenção combinada para indivíduos com alto risco de infecção pelo HIV. Antes de iniciá-la, os indivíduos devem testar se são HIV negativo, evitando assim a resistência e assegurando acesso a cuidados adequados. Durante a infecção aguda pelo HIV (IAH), nem os anticorpos nem os antígenos podem ser detectados por testes sorológicos, mas o vírus é detectável com métodos moleculares. Portanto, alguns indivíduos com HIV podem estar inscritos na PrEP, uma vez que os métodos moleculares não estão incluídos na triagem convencional da profilaxia.  


 No momento da inscrição, todos os participantes fornecem dados relacionados a fatores potenciais para a aquisição do HIV (número de parceiros sexuais, sexo anal sem preservativo, ISTs, entre outros), uso de profilaxia pós-exposição no último ano e sinais ou sintomas sugestivos de IAH no último ano. Na inscrição, os participantes recebem apenas um mês de PrEP, para garantir a exclusão de indivíduos com IAH. Também no momento da inscrição, colhe-se uma amostra de sangue para o teste da carga viral, que é o exame molecular que pode detectar o HIV, indicando a infecção viral aguda. Esse resultado é disponibilizado em duas ou três semanas e, sendo positivo, o participante é convocado ao serviço e a PrEP é interrompida. O participante, então, é encaminhado aos serviços de cuidado e tratamento do HIV.
 

 De janeiro a dezembro de 2018, 3.433 pessoas foram inscritas: 2.160 no Brasil, 702 no México e 571 no Peru. Nove indivíduos com IAH foram identificados. Todos os casos de IAH tinham dois ou mais fatores de risco para o HIV e 3/9 tinham usado PEP no último ano. No Brasil, 5/6 iniciaram a terapia antirretroviral no dia em que pararam de tomar a PrEP. No Peru e no México, todos os casos foram encaminhados para unidades de tratamento e atendimento no dia em que interromperam a profilaxia. Apenas um caso apresentou sintomas de IAH no momento da inclusão. O estudo aponta que a IAH é um evento raro entre os participantes do ImPrEP, e o início da PrEP no mesmo dia da triagem é seguro, diminuindo o risco teórico de resistência.

 

Para conhecer o conteúdo da apresentação, acesse http://programme.ias2019.org/abstract/abstract/1406

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