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Pré-conferência: Escolha de PrEP

O evento reuniu especialistas de vários países para abordar o cenário de introdução de produtos e da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, o potencial transformador da escolha da profilaxia, principais considerações programáticas e aprendizados iniciais dos esforços para a propiciar a escolha da PrEP mais adequada ao redor do mundo.

Pelo ImPrEP CAB Brasil, participaram Beatriz Grinsztejn, pesquisadora principal do projeto e presidente eleita da IAS para o biênio 2024-2026, Marcos Benedetti, gerente do ImPrEP CAB Brasil, Paula Reges, pesquisadora do INI/Fiocruz, e Cristina Pimenta, pesquisadora e diretora do projeto, que atuou como mediadora da sessão “Lições iniciais da oferta da escolha da PrEP”.

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Cristina Pimenta

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Beatriz Grinsztejn

Para iniciar sua explanação sobre o estudo ImPrEP CAB Brasil, Beatriz apresentou as preferências em relação à PrEP entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres transgênero. De acordo com a pesquisadora, a maioria dos participantes opta por receber a modalidade injetável de longa duração, baseada no cabotegravir (CAB-LA), ao invés do esquema oral diário.

Beatriz prosseguiu destacando os seis centros de estudo do projeto (Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Salvador, Florianópolis e Manaus) e o objetivo principal de levantar subsídios visando a possibilidade de incorporação da PrEP injetável como mais uma alternativa de oferta da profilaxia pelo Sistema Único de Saúde brasileiro. Em seguida, abordou os objetivos secundários do estudo, como o acompanhamento dos usuários de PrEP em todas as etapas da pesquisa, e apresentou o design de cada uma das fases do projeto.

A pesquisadora principal também destacou a ferramenta mHealth, que apoia a educação do usuário sobre PrEP e sua escolha em relação à profilaxia. Beatriz informou, ainda, que as inclusões no estudo acontecerão até o final de outubro de 2024 e que todos os participantes continuarão sendo acompanhados durante o ano de 2025.

Estudos em andamento

Em apresentação conjunta com Saiqa Mullick, da Universidade de Witwatersrand, em Johanesburgo, na África do Sul, Marcos falou sobre “Escolha de PrEP: o que vamos saber e quais são as lacunas”. O gerente do ImPrEP CAB Brasil ressaltou cinco estudos sobre a PrEP injetável de longa duração baseada no lenacapavir, que conta com apenas duas injeções anuais, e discorreu sobre as perspectivas para a prevenção do HIV nos próximos anos.

Em seguida, os dois pesquisadores apresentaram dados sobre 44 estudos em andamento em 23 países para a implementação da PrEP baseada no CAB-LA. Destacaram as populações de HSH, mulheres trans, pessoas não binárias, trabalhadores do sexo e usuários de drogas como as mais representativas nesses ensaios clínicos e ressaltaram que nenhum tipo de autoadministração de PrEP injetável vem sendo considerado pelos estudiosos.

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Marcos Benedetti

A apresentação já se encaminhava para o final quando foram abordadas as principais lacunas para a escolha de PrEP. Marcos destacou os desafios de se garantir um fornecimento contínuo e de se oferecer a profilaxia a todas as populações vulneráveis ao HIV. A falta de dados sobre o monitoramento das escolhas de PrEP nas comunidades e sobre a segurança em longo prazo de todas as modalidades da profilaxia foi o último assunto abordado por Marcos e Saiqa.

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​​Um painel de discussão sobre as perspectivas dos provedores de saúde contou com a participação de Paula Reges, em substituição à pesquisadora do INI/Fiocruz Mayara Secco, que não pôde comparecer ao evento. Paula iniciou sua apresentação ressaltando a importância do CAB-LA como uma opção segura e eficaz aos comprimidos da PrEP oral diária entre aqueles que sofrem com a dificuldade de adesão ao uso diário e ao estigma relacionado ao medicamento.

Paula Reges (3ª da esq. para a dir.)

A pesquisadora celebrou a PrEP como uma ferramenta capaz de enfrentar a epidemia de HIV e falou sobre a urgência de se popularizá-la nas mais diversas regiões do mundo. No encerramento da reunião, citou a importância da capacitação dos provedores de saúde, definidos por ela como os principais responsáveis por orientar futuros usuários sobre todas as modalidades de PrEP.

Também participaram da pré-conferência os brasileiros Inês Dourado, coordenadora do projeto PrEP 15-19, que debateu a implementação da profilaxia injetável para adolescentes HSH, não binários e transgêneros, além de Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveisdo Ministério da Saúde, que foi mediador em um painel sobre a preparação para a escolha de PrEP.

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