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A escolha entre PrEP oral ou injetável: perspectivas do Estudo ImPrEP CAB Brasil

Cristina Pimenta, pesquisadora do projeto ImPrEP CAB Brasil, encerrou o simpósio satélite abordando o tema “A escolha entre profilaxia pré-exposição (PrEP) oral ou injetável: perspectivas do estudo ImPrEP CAB Brasil”.

De acordo com Cristina, os principais objetivos do projeto de implementação da PrEP injetável com cabotegravir injetável de longa duração (CAB-LA) são gerar evidências críticas visando a possibilidade de incluir essa modalidade de PrEP como mais uma alternativa de prevenção ao HIV nos serviços de saúde pública no Brasil, bem como avaliar a eficácia do CAB-LA na redução do risco de aquisição do vírus.

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Cristina Pimenta

O estudo visa incluir 1.200 participantes em um contexto de escolha de seu método de PrEP para a prevenção do HIV. Entre os objetivos secundários, destacou a descrição da escolha inicial de PrEP, a avaliação da aceitabilidade, a viabilidade e a eficácia da ferramenta de mHealth (instrumento de aconselhamento em formato digital), a eficácia do envio de lembretes de agendamento por mensagem de texto para adesão às visitas de aplicação das injeções,a segurança e a tolerabilidade das injeções de CAB-LA, as características das infecções por HIV, incluindo resistência a medicamentos, carga viral e descontinuidade entre os voluntários.

A pesquisadora prosseguiu explicando que a fase formativa do estudo conduziu um mapeamento dos processos da visita inicial de inclusão, das visitas de acompanhamento e do fluxo laboratorial para cada um dos seis centros de estudo (Campinas, Florianópolis, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo). Segundo a palestrante, a modelagem de processos resultou em uma poderosa ferramenta de implementação de planejamento e de capacitação das equipes.

Durante a fase formativa, boas práticas participativas foram realizadas para o envolvimento e a mobilização de representantes comunitários no estudo com um grupo de 34 líderes comunitários de homens gays, HSH e pessoas trans, o que resultou no desenvolvimento de materiais informativos de prevenção mais inclusivos e culturalmente apropriados.

Ainda na fase formativa, foram realizadas discussões em seis grupos focais com jovens HSH, mulheres trans e profissionais de saúde que ajudaram a identificar as percepções iniciais para a implementação de PrEP injetável, a aperfeiçoar o protótipo de mHealth para apoiar a decisão de escolha de modalidade de PrEP e a avaliar a aceitabilidade do uso de uma intervenção de lembrete de consultas por meio do WhatsApp.

Em suas considerações finais, Cristina apresentou as atualizações gerais do ImPrEP CAB Brasil. De acordo com os dados apresentados, de outubro de 2023 a junho de 2024, 2.807 pessoas em busca de PrEP foram convidadas a participar do estudo. Desses, 1.117 eram elegíveis para uso da profilaxia e nunca haviam tomado o medicamento – o que era um dos critérios de inclusão na pesquisa.

Nesse recorte de tempo, 905 participantes optaram pela PrEP injetável e 212 escolheram a modalidade oral diária. Quinze pessoas solicitaram passar da modalidade oral para a injetável durante o período de acompanhamento. Os 920 voluntários ainda permanecem na PrEP injetável.

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