top of page

Desempenho de medidas indiretas de adesão à PrEP oral entre mulheres transgênero e HSH jovens na América Latina – o Estudo ImPrEP*

Entre os palestrantes do simpósio satélite do ImPrEP CAB Brasil, estava Thiago Torres, pesquisador do INI/Fiocruz, que apresentou os resultados do estudo “Desempenho de medidas indiretas de adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP) oral entre mulheres transgênero e jovens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo homens (HSH) jovens na América Latina – o Estudo ImPrEP”.

Ao iniciar sua apresentação, Thiago informou que a incidência do HIV foi elevada entre mulheres trans e jovens HSH, com dados coletados de 2018 a 2021. Em seguida, destacou que avaliar as medidas indiretas de adesão à PrEP, por meio de amostras de sangue seco e autorrelato, e identificar fatores relacionados à baixa adesão à PrEP entre mulheres trans e jovens HSH eram os principais objetivos do estudo.

simposioTTorres.jfif

Thiago Torres

De acordo com o pesquisador, a população da análise era formada por mulheres trans de variadas idades e jovens HSH de 18 a 24 anos. Pelo menos uma amostra de sangue seco foi colhida de cada um dos participantes ao longo do ensaio.

O estudo incluiu 2.096 voluntários. Desses, 96% eram HSH, 4% mulheres trans, 75% não brancos, com 70% tendo cursado o ensino superior. Entre as mulheres trans, 27% tinham de 18 a 24 anos, 77% eram pretas, pardas ou indígenas e 64% não frequentaram o ensino superior. O autorrelato de adesão à PrEP foi maior entre os jovens HSH.

A adesão considerada inadequada à PrEP, medida por de amostras de sangue seco, foi de 32%. Entre os jovens HSH, a adesão inadequada foi maior nos peruanos, e também entre os participantes do estudo que possuíam apenas o ensino primário, em pessoas com mais de 11 parceiros sexuais, em profissionais do sexo e em usuários de substâncias químicas.

Entre as mulheres trans, a adesão inadequada à PrEP foi maior entre participantes de 18 a 24 anos, em voluntários que tinham apenas o ensino primário, em pesquisados com mais de 11 parceiros sexuais e entre aqueles que praticavam sexo anal receptivo sem preservativo, sendo o Peru o país com maior índice de inadequação à profilaxia.

Segundo Thiago, a equipe do estudo concluiu que ambas as medidas indiretas - adesão autorrelatada e amostras de sangue seco - descriminaram adequadamente os níveis de proteção da PrEP entre as populações-chave do ImPrEP na América Latina. O pesquisador afirmou que determinantes sociais, como a educação, desempenham um papel importante na adesão à PrEP entre mulheres trans e jovens HSH e que a PrEP injetável de longa duração pode ser uma estratégia adequada para melhorar a adesão ao medicamento nessas populações.

*A primeira etapa do estudo ImPrEP, voltado exclusivamente à oferta da PrEP oral, ocorreu de 2018 a 2021, no Brasil, México e Peru.

bottom of page