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Resultados do ImPrEP no México:

implementando a PrEP na saúde pública e em serviços comunitários

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Hamid Vega, do Instituto Nacional de Psiquiatria Ramón de La Fuente Muñiz, do México, e co-pesquisador principal do ImPrEP naquele país, iniciou a apresentação com um breve histórico do projeto no México. Explicou que o ImPrEP funcionou em quatro centros (um serviço público – a Clínica Condesa –   e três

organizações comunitárias), tendo sido a primeira grande iniciativa a oferecer PrEP em larga escala no país e que os procedimentos adotados pelas organizações comunitárias estavam totalmente alinhados com as práticas do projeto.

A apresentação prosseguiu revelando a estratégia de comunicação e a criação de demanda do ImPrEP local. Hamid mostrou que o projeto atendeu a 3.288 pessoas,  a maioria com mais de 35 anos, sendo que 64,1% disseram conhecer a PrEP ao chegarem no estudo e 70,1% manifestado vontade de usá-la. Em relação às preferências, 38% apontaram a modalidade oral diária da profilaxia, 34% a injetável e 25% a sob demanda (PrEP 2+1+1). 

Em seguida, o pesquisador comentou acerca do perfil dos participantes do estudo. A maior parte que procurou a Clínica Condesa tinha mais de 25 anos, enquanto nas organizações comunitárias a faixa etária predominante foi de 18 a 24 anos. O nível de escolaridade era mais alto entre aqueles que frequentavam o serviço público, com a maioria tendo completado o ensino secundário. Na Clínica Condesa, a maior parte do público era composta por homens cis, enquanto nas organizações comunitárias houve um número mais expressivo de mulheres trans.

O engajamento no ImPrEP no país também foi destacado: quase a totalidade dos que procuraram as unidades de saúde foram em busca de PrEP. Entre esses, a maioria relatou ter entre cinco e dez parceiros sexuais, praticar sexo anal passivo sem preservativo, já ter mantido relações sexuais com pessoas que vivem com HIV, possuir ensino secundário completo e estar no projeto desde antes da pandemia de Covid-19. Uma minoria era composta por profissionais do sexo e pessoas que admitem o uso de substâncias químicas e estimulantes.

Hamid destacou os principais resultados da experiência do ImPrEP no México. Em 2021, o Sistema de Seguridade Social iniciou um programa-piloto de implementação de PrEP em mais oito estados do país e o Ministério da Saúde local continuou fornecendo a profilaxia para os participantes do ImPrEP, além de fomentar a expansão do serviço para outros estados. Em 2022, o ministério lançou as “Diretrizes Nacionais para Cuidados e Fornecimento da PrEP”, incluindo quatro seções: acolhimento, cuidados clínicos, monitoramento e compras, e divulgação e comunicação.

O pesquisador encerrou a sua participação apresentando as conclusões do estudo. De acordo com Hamid, existe uma política pública para a profilaxia no México e uma disposição de usá-la entre as populações-chave do projeto, porém aumentar a demanda e criar conscientização ainda são ações necessárias. Afirmou, também, que a distribuição da PrEP em serviços públicos e em organizações comunitárias é viável, o que pode ajudar a aumentar o número de estados fornecedores dessa tecnologia de prevenção. Participantes com comportamento sexual relacionado ao alto risco de HIV tendem a permanecer na PrEP, embora faltem estratégias para a retenção de mulheres trans, gays e outros homens que fazem sexo com homens mais jovens e pessoas com menor grau de escolaridade.

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