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Novas perspectivas para a PrEP – o futuro do ImPrEP

Coube à co-pesquisadora principal do ImPrEP, Beatriz Grinsztejn, fazer a última apresentação da reunião. Iniciou sua explanação remetendo-se às novas tecnologias envolvendo a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, com destaque para  o cabotegravir injetável de longa duração (CAB-LA), foco do estudo HPTN 083, que envolveu 4.570 participantes, entre eles gays/outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres trans de sete países (Argentina, Brasil, Peru, África do Sul, Tailândia, EUA e Vietnã), que contou com Beatriz como um de seus pesquisadores principais. 

 

O HPTN 083 comprovou que o CAB-LA é 69% mais eficaz do que o uso diário oral de um comprimido de tenofovir+entricitabina. Essa conclusão é importante não só como mais uma modalidade de prevenção ao HIV, mas principalmente como alternativa para as pessoas que apontam problemas de ingestão diária de comprimidos e questões de estigma, os quais podem levar à descontinuidade do uso da PrEP. Beatriz citou, ainda, os bons resultados do estudo HPTN 084 que ratificou a maior eficácia do CAB-LA em relação ao esquema oral junto a mais de 3 mil mulheres cis em sete países da África Subsaariana, com risco 90% menor de infecção pelo HIV. 

 

Diante desse cenário positivo em torno do CAB-LA, o ImPrEP foi instado a realizar um estudo de demonstração no Brasil para criar subsídios para o governo federal avaliar a viabilidade da inclusão da PrEP injetável como uma política pública de saúde em nível nacional, bem como referenciar outros estudos de implementação na América Latina.

 

Nesse sentido, os objetivos da nova vertente do estudo ImPrEP são: otimizar a integração do CAB-LA nos serviços já existentes de PrEP visando oferta em grande escala, avaliar a aceitação e a eficácia da estratégia de educação e aconselhamento dos participantes quanto à escolha do esquema de PrEP, caracterizar a eficácia e os padrões de uso do CAB-LA no contexto dos participantes que exercem o poder da escolha do esquema mais indicado, avaliar a aceitação e eficácia da estratégia de uso do WhattsApp como plataforma de lembrete para as datas das aplicações e avaliar a viabilidade, fidelidade e eficácia da estratégia a ser aplicada em termos de testagem e algoritmo do HIV em termos de início, continuidade e interrupção da PrEP injetável. Também serão analisados padrões de resistência e eficácia da terapia antirretroviral dos indivíduos que soroconverterem ao HIV durante o estudo e a prevalência e incidência de infecções sexualmente transmissíveis dos participantes.

 

O público-alvo, num total estimado de 1.500 pessoas, são jovens HSH e mulheres trans, a serem acompanhados em centros de estudo ImPrEP (ainda em definição). A Fase 1 do estudo focará na intervenção educacional dos indivíduos que vão aos serviços de saúde em busca de PrEP e/ou daqueles que já utilizam o esquema oral da profilaxia e demonstrarem interesse na modalidade injetável. Todos receberão informações e aconselhamento acerca de padrões de cuidados, inclusive de mhealth (prática médica de saúde por meio de tecnologias sem fio), para a tomada de decisão quanto ao esquema a ser escolhido.

 

A Fase 2 será a operacionalização da oferta do CAB-LA, não apenas com a oferta do medicamento, mas com a realização de estudos ligados à adesão, continuidade e eficácia entre os que optarem pela PrEP injetável. Durante todo o processo haverá testagens de HIV de 3ª e 4 ª gerações – na primeira consulta, se o resultado der negativo, o indivíduo poderá ser incluído de imediato no estudo – e de carga viral, visando dar maior garantia sobre o status sorológico de cada participante que, no caso de se tornar positivo, será encaminhado para uso da terapia antirretroviral. Além disso, após o término das aplicações (bimestrais a partir da primeira injeção, com duração de 44 semanas), o estudo fará, por mais 48 semanas, o acompanhamento de cada pessoa, sendo que aquelas consideradas em risco receberão o esquema oral como forma de continuar a se proteger do HIV.

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