top of page
foto17.jpg

Estudos econômicos acerca da PrEP no Brasil, Peru e México

Na reunião, foram disponibilizados resultados de três estudos econômicos acerca da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV realizados localmente pela equipes ImPrEP dos países que integram o consórcio. A análise brasileira, com dados em revisão, apresentada por Paula Luz, pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fiocruz, buscou modelar o impacto do incremento da oferta da PrEP para gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) no Brasil, visando a redução de 75% da infecção por HIV em cinco anos.  

 

As análises iniciais do estudo, focado nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador e Manaus, apontam que se a oferta atingisse a captação de até 60% do público-alvo de 24 a 60 meses, haveria uma redução média de incidência de HIV de 35% em 5 anos e de 45% em 10 anos. No Rio de Janeiro, essas médias seriam de 32% e de 39%, em Salvador, de 34% e 41% e em Manaus de 36% e 45%, respectivamente. Outras conclusões preliminares indicam queda no número de infecções quando da diminuição da faixa etária na iniciação da PrEP e quando de uma maior adesão e uma menor taxa de descontinuidade no uso da profilaxia.

foto18.jpg

Já a análise peruana, que abordou a modelagem do impacto e da relação custo-benefício da PrEP no ImPrEP Peru, foi apresentada por Annick Borquez, da Divisão de Doenças Infecciosas e Saúde Pública Global da Universidade da Califórnia. O modelo adotado baseou-se na oferta de PrEP para HSH identificados como gays, HSH identificados como bissexuais/heterossexuais, trabalhadores do sexo masculinos e mulheres trans, visando estimar o impacto e custo da eficácia da ampliação da profilaxia na redução da incidência de HIV entre 2022-2030.


Como resultados, o estudo demonstra que o aumento da oferta de PrEP para 20% da população HSH/mulheres trans nesse período poderia evitar 25% de novas infecções por HIV, com impacto maior entre as mulheres trans. Além disso, aponta economia em relação ao uso da terapia antirretroviral, de 2030 a 2060, ao reduzir o custo por DALY(disability adjusted life year - anos de vida perdidos ajustados por incapacidade) pela metade, e economia de escala anual em termos da infraestrutura já instalada.

foto19.jpg

O estudo econômico da PrEP no México foi apresentado pelo co-pesquisador principal do ImPrEP no país, Sergio Bautista-Arredondo, e teve como objetivo estimar os recursos financeiros necessários para o aumento da oferta da profilaxia em nível nacional, descobrir quais as plataformas ideais para a prestação do serviço (unidades públicas e ONGs) e o valor social do incremento dessa oferta, medido pelo conhecimento, disposição para uso e disponibilidade para pagar pelo medicamento.

 

Foi realizada pesquisa que envolveu 483 HSH e 102 mulheres trans, selecionados em locais LGBTQIA+. Entre os resultados, destaque para o baixo conhecimento sobre PrEP entre as mulheres trans (36%) em comparação com HSH (77%). Por outro lado, quando explicadas as diferentes modalidades da profilaxia (oral, injetável, sob demanda e implante), elas demonstraram maior disposição de uso. Quanto a desembolsar pelo medicamento, 80% da amostra total mostrou-se disposta a pagar e a um custo acima da média de outros medicamentos. O estudo conclui ser importante atentar para a economia de escala: à medida que aumentava o número de participantes, diminuía o custo por participante. Os dados da pesquisa estão sendo considerados pelo programa nacional de PrEP no México.

bottom of page