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Estudos qualitativos no Peru

O pesquisador principal do ImPrEP no Peru, Carlos Cáceres, apresentou resultados de estudos qualitativos realizados no seu país. Iniciou pontuando que, no início do estudo ImPrEP, as populações mais vulneráveis e com menor nível de escolaridade eram as que mais procuravam os centros de saúde pública. Mas, depois que as informações sobre a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV começaram a circular de forma mais significativa, outras populações passaram a frequentar as unidades em busca da profilaxia.

 

Entre as razões para a adesão ao uso da PrEP, Carlos citou o alto risco reconhecido de contrair o HIV, ser mulher trans ou profissional do sexo e o abandono ao uso de preservativos. O pesquisador principal falou, ainda, sobre as maiores barreiras enfrentadas pelos usuários da profilaxia: o medo de efeitos colaterais e, no caso das mulheres trans, o receio de perder a feminilidade.

 

Em seguida, apresentou fatores que levaram à descontinuidade no uso da PrEP, como o baixo número de relações sexuais e a dificuldade de ter que tomar um medicamento oral diário. Muitos dos descontinuadores mencionaram que a opção de não tomar a profilaxia poderia vir a fortalecer o uso do preservativo.

 

Encerrando a sua participação, Carlos afirmou que tantos os continuadores quantos os descontinuadores apontaram sofrer muito com questões ligadas a estigmas - durante algum tempo, os usuários de PrEP, no Peru, eram vistos como pessoas promíscuas, por exemplo. Destacou que a pandemia da Covid-19 também contribuiu para um alto índice de descontinuidade e que muitos profissionais de saúde adquiriram a doença e ficaram impossibilitados de frequentar o local de trabalho.

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