Os avanços do ImPrEP em 2019
Brasil
A experiência ImPrEP no México
O pesquisador Sergio Bautista-Arredondo, do Instituto Nacional de Saúde Pública do México, apresentou dados e informações acerca da implementação do projeto naquele país. Iniciou esclarecendo que lá a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV é oferecida por meio de uma instituição pública (Clínica Especializada Condesa) e três organizações não-governamentais (Fundação México Vivo, na capital, Checcos, em Guadalajara, e Setac, em Puerto Vallarta).
Sessenta por cento dos atendimentos são realizados pela Clínica Condesa e 40% pelas ONGs. No total geral de atendimentos, 97% se destinam a gays/outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e 3% a mulheres trans, com idade média de 31 anos. Sergio informou, ainda, que a maioria dos participantes do ImPrEP (total atual de 2.452 pessoas) possui nível superior completo, seguidos pelos que têm ensino médio.
Em seguida, o pesquisador abordou a respeito da mudança de comportamento dos participantes autorreportada na visita de 30 dias. Dezoito por cento afirmaram terem diminuído o número de parceiros e 9% aumentado. No que se refere ao uso de preservativo, 8% relataram aumento, enquanto 10%, diminuição. Quanto ao número de parceiros sexuais contatados por meio de aplicativos, 3% informaram ter aumentado e 5%, diminuído. Sobre a prática de sexo com uso de drogas, 1% relatou aumento e o mesmo percentual diminuição.
Sergio finalizou mostrando as lições aprendidas com relação ao ImPrEP, comentando ainda o cenário diante da Covid-19. Sobre o estudo, ressaltou a inclusão de participantes fortemente relacionada à classe média, aos HSH e aos maiores de 30 anos, assim como as boas taxas de retenção, a baixa evidência de compensação de risco e o sucesso das ONGs na implementação da PrEP no México.
Sobre a epidemia de Covid-19, o pesquisador deu destaque à redução do contato entre profissionais de saúde, participantes do estudo ImPrEP e outros pacientes atendidos nos serviços de saúde no tocante ao número de visitas e tempo presencial, ao uso de plataformas virtuais para acompanhamento e cuidados com a saúde e a oportunidade de oferecer autotestes para HIV- tecnologia ainda não aprovada no México - e para outras infecções sexualmente transmissíveis.