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A situação dos povos indígenas: superando as lacunas de dados para melhores resultados de prevenção e assistência

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 A coordenadora do projeto ImPrEP, Cristina Pimenta, disponibilizou dados e informações sobre estudos referentes ao HIV entre populações indígenas no Brasil durante esse painel. Começou apresentando dados populacionais, demográficos e sociais acerca dos quase 900 mil indígenas registradas pelo censo IBGE de 2010. Em termos de escolaridade, essa população apresentava níveis mais baixos do que os não indígenas, especialmente nas áreas rurais. No tocante a saúde, os dados sobre a população indígena são alarmantes, apresentando índices de morbidade e mortalidade três a quatro vezes maiores que a população geral, com altos níveis de doenças infecciosas, alcoolismo e suicídio.

 

 Estudo realizado em nove distritos de saúde indígenas da Amazônia brasileira estimou a prevalência tanto do HIV (0,13%) quanto da sífilis (1,82%) em testagem junto a 45.967 indígenas, com idade média de 22 anos, sendo 56,5% mulheres. A pesquisadora forneceu dados de serviços de saúde por raça/cor levantados em 2018 pelo Ministério da Saúde sobre pessoas vivendo com HIV, apontando que cerca de 1.000 indígenas estão em tratamento antirretroviral e que esses pacientes em tratamento há pelo menos seis meses apresentam testes de carga viral inferior a 1 mil cópias.  Também foram mencionados resultados de estudo de 2019 que indicam que há reconhecimento de homens indígenas que fazem sexo com outros homens e mulheres indígenas que fazem sexo com outras mulheres, além da existência de pessoas transexuais/travestis.

 

 Entre as conclusões, a constatação que fatores contextuais e determinantes sociais influenciam a aquisição de HIV e ISTs por populações indígenas, havendo a necessidade de cruzamento de dados dos diferentes bancos de dados disponíveis no país e o uso de metodologias qualitativas para complementar os dados quantitativos disponíveis. Além disso, é ressaltada a importância de contar com a participação da população indígena no desenvolvimento e implementação de políticas de saúde para garantir programas efetivos nas áreas urbanas e rurais.

 

Para conhecer o conteúdo desse painel, acesse http://programme.ias2019.org/programme/session/147

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